quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Listinha

Achei esse texto perdido no meu e.mail.
Enviei para alguém e no corpo do e.mail tinha assim:
"Guarda aí junto com os outros, quem sbe não escrevo um livro qualquer dia."
Não deixa de ser um livro, eletrônico...

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Eu queria mesmo era poder dizer que não.
Que não agüento que não quero e que não sinto.
O não seria a solução.
Mas essa rima nem combina comigo.
Porque essa rima não faz parte do meu show.
Estava aqui lembrando que quando era adolescente aprendi a fazer listinha do que é positivo e negativo.
E sempre deu certo.
Mas acho que quando saímos da adolescência algumas coisas param de funcionar.
Aquela tarde assistindo TV e comendo biscoito já não tem mais graça, chupar manga assim que pisa do portão pra dentro já não tem o mesmo sabor e a listinha não funciona.
A listinha simplesmente não funciona!
E eu quero mesmo acreditar que ela parou de funcionar de vez, porque não admito que ela não funcione só pra você. Aí seria apelação demais pra mim. Não é justo que até a listinha da minha adolescência fique contra mim!
Mas o fato é que não funciona.
Sento, penso, analiso e os contras somem, simplesmente somem.
Pego uma caneta, mudo pro lápis, até marca texto eu tento usar pra ver se assim as coisas ficam mais claras e consigo enfim fazer a listinha acontecer.
E assim começo a rabiscar de coisas boas, positivas e verdadeiras.
Tudo bem, eu tenho plena consciência de que existe o outro lado, que existe a parte que deveria também ser dita, escrita e declarada.
Mas a listinha não aceita, parecendo até que tem vida própria ela me faz tentar entender que nada disso é preciso ser lembrado quando se vive o que se vive.
Queria mesmo era ter postura de adulta e sair dessa brincadeira de gato e rato.
Pra me deixar mais intrigada ainda a listinha termina o papo dizendo que quando se sai da adolescência as brincadeiras que participamos realmente machucam e doem de verdade.
Ah, quer saber?
Vou é largar essa listinha ousada de lado e pedir dois altos.