terça-feira, 30 de dezembro de 2008

A saga do Natal está no ar e preciso desabafar.
Eu já falei que odeio shopping?
Pois é, odeio.
Anota aí no caderninho de avaliação.
Mas assim, odeio mesmo.
Aquele ódio ruim, aquele que dizem que não devemos sentir porque atrai doenças cardíacas ou isso e aquilo.
Pois bem, se depender desse daí eu to lascada ao quadrado.
Aliás, apaga o que escreveu e anota novamente.
Eu odiava shopping.
Agora só tenho raiva um pouquinho.
Porque quando você começa um relacionamento, é preciso mudar e isso inclui tirar o ódio do coração.
Ho ho ho é natal!
Ela já tinha comprado a maioria dos presentes e eu absolutamente nada, nem o dela inclusive.
Na minha enorme ignorância imaginei que pudesse ir às compras sozinha.
Lá fui eu.
Nada de centro da capital.
Fiquei pela província mesmo, nos arredores tinha certeza que iria achar na mesma facilidade como quando vou comprar pão.“ moço, me dar dez pães de sal, por favor.”
Pronto, teria sido simples, muito simples, se o cara não estivesse estacionado o carro no meio da rua e já começasse a dificultar a minha chegada.
Problema resolvido.
Bingo! Lá fui eu!!
Loja 01 – lotada
Loja 02 – socada
Loja 03 – mais ou menos lotada.
Ok, opção três.
Achei uma moça gentil e ela ficou ali, pertinho, atendendo as minhas solicitações.
Eu: querida, quero uma blusa branca, me dar essa aqui, só que g.
Ela: não tem mais tamanho g dessa, acabou. Quer essa? Essa tem!Eu: Opa! Essa é linda! Mas não pode, tem cor preta e ela não pode.
E fomos assim, nessa guerra.
Preta? Não pode! E calça? Só se for sem stresh! Gostou dessa blusa? Não, ela não vai gostar desse laço. E essa xadrez? Ela gosta de xadrez, mas essa ta enorme. E essa branca com um simples botão na frente?
Opaaaaaaaaa!!! Pronto. Fechou.
Lá fui eu bem satisfeita pro caixa. “ senhora, troca em até oito dias, com essa nota na mão!”
Ok. Guardar a nota foi o primeiro passo.
Porque na minha bolsa cabe tudo e perde tudo na mesma proporção.
Já tinha deixado de lado a possibilidade de comprar qualquer coisa, até pão!
Satisfeita, blusa linda!Não deu nem tempo de embrulhar e a decepção foi imediata.
“ é tamanho p, não dar...”
Cara de triste e lá fui trocar.
Outra briga com a mesma vendedora.
Saí com “A Blusa”, toda me achando a pessoa ideal para ir às compras.
Dessa vez embrulhei!
“ não dar também, muito pequena.”
Ok, peguei pelo braço e fomos juntas.
Apresentei a vendedora e pronto, muito mais fácil.
Foi, escolheu e saímos felizes.
Ta, não saí tão feliz, fomos rumo ao shopping, lá na grande capital baiana.
Já falei que foi hoje? Na véspera de Natal? Pois foi.
No carro já fui fechando acordo.
Anota aí no caderno: nos relacionamentos existem acordos e eles são importantíssimos.
O acordo foi simples. Chegamos, vamos às lojas certas, compramos e saímos. Ok?
Ok.
Acordo fechado.
Quando estamos no meio do caminho, surge uma questão.
“ mas ó, preciso comprar minha calça e essa vai ter que procurar porque não sei onde tem ainda.”
Pronto, meu coração acelerou, mas nada de demonstrar nervosismo, fomos na paz.
Chegamos, almoçamos, compramos o que já estava combinado.
Camisa do pai e do irmão:
“Verde ou cinza?Embrulha as duas que lá eu resolvo quem vai ganhar o quê.”
Presente da mãe:
“ leva esse kit que ta uma graça”
Ok.Pronto, nem doeu.
Mas se fosse assim seria fácil demais.
Se fosse assim eu ate teria passado pra tirar foto com papai Noel.
Faltava a calça.
Vocês já tentaram comprar uma calça feminina sem stresh?Não tentem.
O stresh é um stress.
Com todo valor da brincadeira com as palavras.
Loja 01 – lotada
Entramos e fuçamos, fuçamos, fuçamos.
Nada.
Loja 02 – Cheia
Entramos e fuçamos e fuçamos e fuçamos e achamos!
Tudo certo?
Errado.
Tinha stresh, pouco mais tinha.
Apertou aqui, ficou assim ali.
Loja 03 – socada ao quadrado.
Juro que quando chegamos e vi a fila do caixa eu queria sair correndo.
Mas fiquei firme, segurei a onda e seguimos em frente.
Fuçamos, fuçamos, fuçamos, fuçaaaaaaaaaaaaamos e achamos!
Tudo certo?
Errado.
Só depois vimos que a calça era preta e preta não pode.
Pronto.
Acabou, joguei a toalha branca, desisti.
Quando saímos da loja batemos de cara com uma loja indiana.
Com uma calça de algodão na vitrine.
Entrou, experimentou e comprou.
Simples assim.
Depois disso tudo fomos tomar sorvete.
“Mas só duas colheradas porque você está de dieta.”
Ok. Nada de muito sorvete.
Deixei em casa e segui rumo ao lar.
& msg no celular &
“Esqueci da massa para levar amanha pra festa de natal.”
Liguei para tranqüilizar e dizer que no dia seguinte faremos isso.
E o que escuto?
“ Acredita que não achei uma blusa que combinasse com a calça? “
Não pessoas, não vale dar risada.
Confesso que na hora deixei escapar...
“ Fudeu! “

Mas querem saber?
Foi ótimo.
As compras e principalmente a companhia...

Um maravilhoso Natal sem stresh, sem stress, sem compras e com muito amor e saúde.